Pickleball é o novo beach tennis? Conheça o esporte com raquete que promete virar febre no Brasil

Pickleball é o novo beach tennis? Conheça o esporte com raquete que promete virar febre no Brasil

O nome pode até não soar familiar, mas talvez você já tenha visto alguém jogando pickleball por aí. Misto de tênis com pingue-pongue e badminton, o esporte, criado na década de 1960 por um grupo de pais que tentava entreter os filhos durante as férias, se tornou um fenômeno nos últimos tempos na Europa e nos Estados Unidos. Trata-se de um esporte de rede, jogado dentro de uma quadra semelhante à de tênis porém com a metade do tamanho, raquetes quadradas e bolinha de plástico com furos, que se move mais devagar do que a de frescobol.

Entre seus praticantes, famosos como as irmãs Kardashians, Leonardo DiCaprio, Tom Brady, Serena Williams, LeBron James ajudam a popularizar o esporte. A modelo Gisele Bündchen, outra fã, tem uma quadra de pickleball em sua casa de veraneio, na Costa Rica. Mas não são só as celebridades que se tornaram adeptas. De acordo com a Associação da Indústria de Esportes e Fitness dos Estados Unidos, houve um salto de 4,8 milhões de jogadores em 2019 para 8,9 milhões no país, em 2022. Trata-se do esporte de maior crescimento por lá hoje.

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Por aqui, começam a pingar quadras e praticantes. Segundo a Associação Brasileira de Pickleball, são cerca de 2.000 adeptos, mas a aposta é de que o esporte tem tudo para virar febre – assim como se deu com o beach tennis. A paulistana Chris Rego, CMO da General Motors América do Sul, conheceu o pickleball por meio do filho.

Ele me convidou algumas vezes dizendo que eu iria adorar, então dei uma chance num fim de semana e vi que ele estava certo. No sábado seguinte, estávamos jogando juntos de novo. No outro, comprei raquetes, e nunca mais parei. Já jogo há quase dois anos, participo de torneios de dupla feminina com uma amiga do meu filho e duplas mistas com o meu marido (que é golfista, mas também se apaixonou pelo pickleball). Impressionante como esse esporte é viciante - conta a empresária, que frequenta o Pickleball Point Arena, primeiro espaço exclusivo da modalidade em São Paulo.

Mas, afinal, o que o torna tão atraente? Para o empresário José Eduardo Guilger, ex-executivo do mercado financeiro e proprietário do local pioneiro que citamos acima, o principal motivo é o fato de ser um esporte fácil, inclusivo e social, que pode ser praticado com destreza por um perfil variado de pessoas, inclusive as mais velhas. “A combinação de movimentos pouco complexos com uma curva de aprendizado muito rápida possibilita jogos bastante nivelados e divertidos, mesmo entre duplas com idades, preparos físicos e experiências esportivas diferentes”, explica. “Quem já jogou tênis sabe que, para dar um bom jogo, você precisa encontrar um adversário com nível técnico parecido com o seu. No pickleball é diferente, só chegar e começar a jogar.”

A conversão de iniciantes em fanáticos pela modalidade é tão elevada que o empresário transformou seu hobby em negócio. “Eu morava em Miami e conheci o pickleball em Los Angeles. Quando voltei para o Brasil, comecei a convidar alguns amigos para jogar e a gente usava uma quadra meio abandonada no Parque do Ibirapuera, onde eu demarcava as medidas com alguns elásticos coloridos. Rapidamente, muitos foram se interessando e logo éramos 300 pessoas ocupando três quadras das 7h às 12h. Então a Urbia, empresa gestora do Parque, fez uma quadra específica para a modalidade lá. Pouco depois, decidi investir em um espaço próprio, com três quadras cobertas na Chácara Santo Antônio. Recebo muitos praticantes que trabalham na região da Berrini e vêm em grupos para jogar depois do expediente”, conta.

Foi assim, pela indicação feita por amigos, que a empresária paulistana Vera Minelli se tornou mais uma “viciada em pickleball”, como ela mesma se define. “Comecei a ver o pessoal jogando essa modalidade diferente na academia onde treino. Fiquei curiosa, marquei uma aula e não parei mais. Agora, termino a musculação e, se tiver alguém ali para formar uma dupla e bater uma bolinha, já emendo num jogo. Aos fins de semana, também é programa certo.” O CEO do The Corner Sports & Health, onde Vera é cliente, e presidente da Associação Paulista de Pickleball, Luiz Fernando Secali, explica que o pickleball é um esporte seguro, com baixo impacto e que garante ótimos benefícios: “Ele melhora a saúde cardiovascular, aumenta a frequência cardíaca, a circulação sanguínea e trabalha a agilidade mental. Além disso, é uma oportunidade perfeita para socializar, reduzir o estresse e a ansiedade”.

Um estudo feito pela Western Colorado University, em 2018, descobriu que a média de batimentos cardíacos de um jogador em uma partida de pickleball é de 109 batidas por minuto, com o gasto de cerca de 354 calorias por hora, o que configura a modalidade como um exercício de intensidade moderada. O sucesso do esporte e seus benefícios despertaram a atenção de clubes paulistanos como Monte Líbano, Clube Sírio e Espéria, que estão inaugurando quadras da modalidade. Em Curitiba, também já é possível jogar em quadras específicas no Parque Barigui. E aí, deu vontade de experimentar? 

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